Já aqui disse que um dos meus programas favoritos de televisão é a Liga dos Últimos, programa da RTP N. Pois estava a ver o programa desta semana quando o apresentador anuncia a reportagem “na” Anadia (diz-se em Anadia). Não tenho especial simpatia pela equipa da sede do concelho mas é sempre interessante ver reportagens sobre realidades que conhecemos.
E teria sido uma reportagem interessante não fosse a falta de humildade dos dirigentes do Anadia que não deixaram entrar a equipa da Liga dos Últimos no estádio para captar imagens do jogo. “Estamos à terceira jornada, não somos últimos” dizia o indivíduo que barrava a entrada. Entrada essa que é do direito dos jornalistas e direito esse que nem a GNR presente no local conseguiu garantir (também não se percebe muito bem porquê).
Para que se perceba melhor a situação, o Anadia ia jogar com o Benfica de Castelo Branco a contar para a 4ª jornada do campeonato nacional da II Divisão – Série C, tendo contado os primeiros 3 jogos por derrotas com 4 golos sofridos e nenhum marcado. Eram, portanto, à entrada para a 4ª jornada a única equipa com zero pontos e últimos na classificação. Isto depois de um discurso de pré-época em que afirmavam que iam lutar pelos lugares cimeiros da classificação, logo no primeiro ano depois de subir a esta divisão.
Ficou mal visto o clube e acabou por ficar mal vista a cidade de Anadia que foi retratada (não podendo fazer reportagem do jogo, foram visitar a cidade) como uma cidade-fantasma, o que, diga-se, à noite e nos fins-de-semana não é mentira nenhuma.