“Contra a corrente, embora incorporando pela décima vez o cortejo da latada, elementos da Tertúlia Niveleida Coimbrã, um grupo de reflexão sobre a praxe, serviram-se ontem do tema dos Lusíadas para alegrarem, à sua maneira o momento.
Sempre com temas diferentes criticam «muita coisa está mal na tradição de Coimbra», sobretudo «o que é importado».
«Não gostamos muito do que vemos atrás de nós», dizem Pedro Sousa e Miguel Silva, estudantes de Engenharia Electrotécnica, referindo-se às «pessoas a pedir dinheiro» ou aos «estudantes a cair de bêbados para o lado».
Censuram ainda «o novo uso da capa e batina», destacando os óculos de sol e os múltiplos emblemas»
Também «o roubo do nabo está desactualizado», acusam. Desde logo, porque inicialmente este era um gesto nobre para com as vendedoras do mercado, em solidariedade para com o mau ano agrícola. Chamava-se então, compra do nabo. Mas hoje o nabo é roubado no Mercado D. Pedro V, sendo depois dado pelos quartanistas aos caloiros durante o cortejo. Se chegarem ao rio Mondego sem o nabo ter sido totalmente devorado, reza a tradição que não acabarão o curso.
Satisfazendo “caprichos” dos padrinhos, os caloiros desfilam no cortejo da Latada desde a alta universitária até às margens do Mondego, onde servindo-se do penico, aqueles baptizam os afilhados com as águas do rio.”
in Diário de Coimbra, 29 de Outubro de 2003, pág. 8
Este texto saiu no referido jornal acerca do cortejo da latada do dia anterior. Gostava só de dizer, para complementar o artigo, que o baptismo dos caloiros da Niveleida é feito numa cerimónia solene alguns dias antes da latada e nada tem a ver com o baptismo “em série e despersonalizado” dos restantes caloiros. Podem ver algumas fotos do nosso cortejo aqui