E se os livros escolares fossem open source?

Vamos falar do custo dos livros escolares. Melhor, vamos falar de como diminuir esse custo.

Neste ano lectivo, o Governo começou a financiar os livros do primeiro ano e, parece, que tem intenção de alargar essa oferta a todo o primeiro ciclo. Claro que acho que é uma boa medida para alguns pais mas o custo continua a ser o mesmo. A diferença é que agora é pago via impostos. Mesmo que haja alguma reutilização dos livros, que – segundo o Governo – nunca será muita, acho que é possível fazer melhor.

Porque não desenvolver livros escolares open source? O conceito não seria muito diferente do software livre mas, no essencial, seriam livros feitos com a contribuição de várias pessoas e que estariam disponíveis, em formato digital, sem encargos ou limitações, para quem os quisesse utilizar.

Depois, com os livros disponíveis em formato digital vários cenários são possíveis. Tanto podem ser utilizados em formato digital, num eBook reader ou tablet, como podem ser imprimidos e encadernados. Seja pelos pais em casa, pelas escolas, pelo Governo ou até por uma editora. O problema da reutilização também deixava de existir.

Em todos os casos, o único custo seria o suporte físico do livro. Ou um ebook reader / tablet, que tem capacidade para os livros de todas as disciplinas e para vários anos, ou o papel e tinta utilizados para a impressão.

Na prática, como é que isto poderia funcionar? Seria necessária uma associação, apoiada pelo Estado ou não, que seria detentora dos direitos dos livros, responsável por aplicar as respectivas licenças e gerir todo o processo de criação e edição.

As contribuições poderiam ser feitas por qualquer pessoa que tenha o conhecimento necessário para isso. Professores, alunos universitários ou de anos mais avançados, profissionais, etc. O próprio Estado poderia até incentivar professores com horário zero a contribuir.

No final, caberia às escolas, na altura de seleccionar os livros para o novo ano lectivo, decidir se estes livros têm qualidade suficiente para ser utilizados. Penso que isto é perfeitamente possível, se não houver má-fé ou intromissões das editoras tradicionais. Editoras que, diga-se, não iriam ficar muito satisfeitas com uma iniciativa destas. Problema delas.

Fica a ideia. Pode ser que este post chegue a alguém que ache que é uma boa ideia e que tenha capacidade para executar. Fico ao dispor para contribuir dentro das minhas capacidades.