Para que não hajam dúvidas em relação à arbitragem do Sr. Pedro Henriques no jogo de ontem entre o Benfica e o Nacional. Começa pela dualidade de critérios, já que quando a bola toca no braço do jogador do Nacional o árbitro deixou seguir mas quando a bola toca na mão do jogador do Benfica, aí sim, já é falta.
Mas a situação fica ainda mais ridícula quando o árbitro faz declarações à imprensa (por exemplo na SIC, logo no início do Primeiro Jornal) dizendo que é falta independentemente de a acção ser deliberada ou não. Escolha curiosa de palavras dado que a lei 12 do futebol (faltas e incorrecções) diz o seguinte (o bold é meu):
(…)
Um pontapé livre directo será igualmente concedido à equipa adversária do jogador que cometa uma das três faltas seguintes:
- agarrar um adversário
- cuspir sobre um adversário
- tocar deliberadamente a bola com as mãos (excepto o guarda-redes dentro da sua própria área de grande penalidade)
Diz ainda na secção “Interpretração das leis do jogo e linhas orientadoras para árbitros”:
Tocar a bola com as mãos implica um acto deliberado em que o jogador toma contacto com a bola com as mãos ou com os braços. O árbitro deve ter em consideração os seguintes critérios:
- o movimento da mão na direcção da bola (e não a bola na direcção da mão);
- a distância entre o adversário e a bola (bola inesperada);
- a posição da mão não pressupõe necessariamente uma infracção;
(…)
Penso que não ficam dúvidas em relação ao lance em causa. Golo limpo que devia ter sido validado.
Depois há ainda a questão da expulsão do Nuno Gomes já no túnel de acesso aos balneários. Ainda na lei 12 é dito o seguinte:
O árbitro tem autoridade para aplicar sanções disciplinares, desde o momento que entra no terreno de jogo até que saia após o apito final.
Ora bem, se o árbitro já tinha apitado para o fim do jogo e se já tinha saído do campo então não tinha autoridade para expulsar mais ninguém. Penso que também não deixa dúvidas.
Nota: As citações são retiradas do documento “Livro das Leis de Jogo 2008” presente no site da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (mesmo da toca do lobo, portanto).